quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Bonito.

Todo fingimento é torto.
E quando a gente finge
não ter no coração o que
não pode ser dito?
Esse fingimento é bonito.
E nesse engano a gente
erra a conta e esquece
que melhor seria não ter fingido.
De repente se dá conta e vê:
Melhor seria não ter no coração
aquilo que não se pode dizer.

Sobre saudade.

Aquele lugar vazio, o mundo girando e eu sem saber quem sou.
Eu me refaço, desfaço e acabo por ser prisioneiro teu,
atrás das grades, sem direito a banho de sol.

Aonde a lágrima molha o papel eu vejo a loucura perdurar.
Movimento bruscos com o lápis na busca desesperadora por sanidade.

Sim, novamente aquela taça de vinho, 
aquela música fodida e aquele sonífero pra tomar.

Como um tolo guardo o nosso retrato, 
seu lugar na cama e a mesa pra nós dois.

Solidão, solidão, hoje és tu que me faz companhia, 
não importa quem esteja ao meu lado.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fernando Pessoa


Quando nós poderemos nos encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo... Meu bebê para sentar ao colo! Meu bebê para dar dentadas! Meu Bebê para... (e depois o Bebê é mau e bate-me...) "Corpinho de tentações" te chamei eu; e assim continuarás sendo, mas longe de mim.
 Bebê vem cá; vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boca do Nininho... Vem... Estou tão só, tão só de beijinhos...
 Quem me dera ter a certeza de tu teres a saudades de mim a valer.  Ao menos isso era uma consolação... Açoites é que tu precisas;
Um beijo só durando todo o tempo que ainda o mundo tem que durar, do teu, sempre e muito teu. 

Fernando Pessoa


   O tempo, que envelhece as faces e os cabelos, envelhece também, mas mais depressa ainda, as afeições violentas. A maioria da gente, porque é estúpida, consegue não dar por isso, e julga que ainda ama porque contraiu o hábito de se sentir a amar. Se assim não fosse, não havia gente feliz no mundo. As criaturas superiores, porém, são privadas da possibilidade dessa ilusão, porque nem podem crer que o amor dure, nem, quando o sentem acabado, se enganam tomando por ele a estima, ou a gratidão, que ele deixou.
   Estas cousas fazem sofrer, mas o sofrimento passa. Se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão de passar o amor e a dor, e todas as mais cousas, que não são mais que partes da vida?
   Quanto a mim... O amor passou. Mas conservo-lhe uma afeição inalterável, e não a esquecerei nunca, CREIA! Nem a sua figurinha engraçada e os seus modos de pequenina, nem a sua ternura, a sua dedicação, a sua índole amorável. Pode ser que me engane, e que estas qualidades; que lhe atribuo, fosse uma ilusão minha; mas nem creio que fossem, nem, a terem sido, seria desprimor para mim que lhe as atribuísse.
   Peço que não faça como a gente vulgar, que é sempre reles. Fiquemos um perante o outro, como dois conhecidos desde a infância, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras afeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memória profunda do seu amor antigo e inútil.
   Que isto de "outras afeições" e de "outros caminhos" é com você, Ophelinha, e não comigo.
Não é necessário que compreenda isto. Basta que me conserve com carinho na sua lembrança, como eu, inalteravelmente, a conservarei na minha.

Olavo Bilac


Amei-te no primeiro dia em que te vi: amei-te em silêncio,em segredo,sem esperança de te possuir e sem refletir. Não quis saber quem eras, nem quis saber se poderias me amar: amei-te e amo-te cada vez mais.
Olavo Bilac

Sem resposta.


Porque tu escolhes a mim? O que EU tenho que ela não tem?
Será que é porque eu te escuto, dou opiniões sobre seus assuntos favoritos, cuido de você e quero saber realmente como foi o seu dia?
Será que é porque eu me expresso de uma forma explicita, te chamo pra olhar as estrelas comigo ou do meu bom humor nas horas trágicas?
Será a minha mania de te fazer entender que o amor pode ser eterno sem a pessoa estar presente pra sempre ou serão as minhas taras loucas?
Será a minha admiração pelas suas mãos ou o meu jeito meio doido de ser?
Será que é o meu olhar que sempre desvia, o meu sorriso que te encanta ou o fato do meu cansaço nunca chegar?
Serão as minhas mensagens antes de dormir, as besteirinhas que eu te falo ou porque eu insisto em te mimar toda hora?
Só que nada disso te faz ser meu, nada disso é importante se você me usar só pra te suprir. Ah o que ELA tem que eu não tenho? (Tempo, suas memórias)
Querido, diga que gosta de mim, que sente a minha falta, que quando somos um só é incrível...  Diga que sem mim vai te faltar algo. Faz ao menos, por fingires bem.

Fora do Berço



Querida progenitora, entenda de uma vez:
Eu não sou e nem quero ser o que você espera de mim.
Se ainda não sabes, te admiro muito pouco e tento, ao máximo,
Não ter semelhanças com o ventre de onde eu vim.

Querida Progenitora, tentativa frustrante essa sua,
De querer que eu seja cega e surda, assim como você
Eu gosto é de muitos casos, estórias pra contar
E aprenda: Do seu berço, eu quero é longe ficar

Querida Progenitora, seja querubim
Abre espaço, de verdade, deixa-me ser livre nas minhas escolhas
E apenas fique do meu lado quando elas não forem tão boas assim.

Querida Progenitora, não me importa sua decepção
Tentar machucar é perca de tempo, pois nenhuma palavra
Por mais forte que seja penetrará na armadura do coração.

Não diz mais nada.


   Você diz que o meu jeito te pegou sem previsão, que me admiras demais, que criou um sentimento, que eu te faço bem... Você me pede para não te deixar ir embora, não agora... Mas quando? Quem sabe quando você resolver suas confusões, quando você parar com esse romance... Porque amor é eterno e romances existem vários, certo?  [raiva incontida]
    Você diz que minha mente é melhor que a sua... Se eu fosse melhor que você eu nem estaria preocupada com o que escrevestes e nem estaria aqui, gastando palavras.
   
 Você diz que vai estar do meu lado... E você acha isso mesmo? AH, eu gosto e gosto de você. Consegue compreender a diferença entre os dois? Consegue achar a diferença entre a felicidade e a angústia na transição de um para o outro?
    Você diz que só queria que eu soubesse do sentimento que te tomou, mas que não era nada... Como assim, não era nada? Você escreve palavras rebuscadas e até melhor que eu... Pena que eu escrevo com a alma e o meu texto ainda é alguma coisa;
     Então porque você queria que eu soubesse do nada? Quando eu estou decididamente disposta a ir embora, tu vens como uma luz... Tempestade. Eu fiquei tão transtornada com o seu jeito que tive até medo de escrever.  
     Como escrever coisas belas, amorosas e não sentir, sentir nada. É pedir para que eu faça o mesmo. Por favor, o que você quer de mim? Despertas o mais bonito sentimento e depois abafa com as mais cruéis frases. Frases do cotidiano, afazeres do cotidiano durante uma conversa importante. Como você acha que eu vou querer falar alguma coisa? Eu não demonstro para o nada, incerto, incorreto. Parece que você espera, espera demais de mim. Parece que espera uma segurança da minha parte e fica indiretamente me indagando sobre o que eu sinto, quero e espero. Lembra que a parte difícil aqui é a sua, eu não tenho nada para abrir mão e nem esquecer. Quer dizer, tenho você... Mas você nunca foi meu e nem nunca me deixou gostar de você.
    Enfim, hoje você acertou: Fingir não é estar tudo bem.

Não nos permitiu.


Detesto conversar sobre besteiras de amor, essa coisa de amor pra mim é muito blá. Quer dizer, eu achava que era... “E nada protege de uma paixão vir acontecer.” Pensei em todos os detalhes dessa estória maluca que estou a viver.
   Depois que eu vivi algumas coisas eu me privei de me apaixonar. Enfim, nos últimos tempos eu não sei o que aconteceu e deixei meu coração, carente e sozinho, aberto.  A paixão é diferente do amor, é uma coisa passageira e o que ficar depois dela é o amor (Andei assistindo a propaganda da serenata). Eu me sinto tão bem e tão transtornada perto de minha paixão. Ela me deixa segura e ao mesmo tempo me deixa sem chão, ela faz com que meu coração fique calmo com uma frase e quase saindo pela boca com uma palavra, ela faz com que eu não me importe com o que vão falar de mim. Ela me dá forças pra enfrentar os meus questionamentos. Ela faz os meus olhos brilharem e me deixa sem graça quando estamos perto um do outro. Ela mexe com meus instintos e desejos mais profundos e me faz dizer bobeiras do coração e ao mesmo tempo as piores sacanagens. Ela me deixa assim, inconstante. É um fogo/frio, riso/choro, loucura/razão que eu não sei o que realmente sinto.
   Ela me lembra que temos que ter calmaria, embora eu saiba que em nossos corações e corpos predomina uma grande tempestade. Sabe aquela vontade desesperada de estar perto, de querer só pra gente, aquela urgência, necessidade de nos misturar e sermos um só? Enfim, a minha paixão não me permitiu, não se permitiu, não nos permitiu. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Príncipe Idiota


Só quem é brega merece um namorado.
Só quem nunca teve envolvimento casual é que merece
flores e bombons na porta de entrada.
Só quem nunca ousou é que merece serenata ao fim de tarde esperando o luar chegar.
Só quem é virgem merece surpresa...
“Tenho PENA de você... Nunca viveu nada verdadeiro.”
Eu mereço? Não, eu não presto.
De acordo com um príncipe idiota eu não sou merecedora de nada. Ele mesmo disse: “Se eu soubesse de tudo antes, eu nunca tinha olhado pra você.”
A grande merda é que me apaixonei pelo tal príncipe e agora se eu quiser flores e bombons na porta de entrada, serenata ao luar e surpresas, eu tenho que pedir, avisar e planejar.

Dia 12/06/2012 – “Talvez eu que o fiz assim, tão sem clichês básicos, porque eu que vim assim: tão sem romantismo.”

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sentidos.


Vejo-te. Cada vez que o meu olhar encontra o teu, mesmo que por longos segundos, consegues ver os meus mais ocultos segredos...   Hoje chega amor, não quero mais esconder. Quero que devasse meu olhar que é o meu maior segredo e o encha de lágrimas, lavando assim, todo o medo da alma. Penso em te falar. Preciso te falar, tudo o que está aprisionado pelo medo... Tomo coragem e devagarzinho, o medo do amor se torna areia que se pega com as mãos: Escorre entre os dedos.  As sensações aumentam a cada batida forte do coração: Aquece a garganta e me dá frio no estomago. Tento retomar o fôlego, para enfim, te falar o segredo. Mas espere, você respira forte também. Quero te ouvir, cante para mim, as palavras engasgadas, que te fazem suar e perder o fôlego. Quero ouvir o som das borboletas voando. Você diz pra mim, palavras simples e sinceras, e por um instante o coração para de bater e volta logo em seguida, com grande rapidez, que nem asas de beija-flor. Na madrugada fria, te toco a alma e o corpo. Desliza suas mãos sobre minhas curvas e me beija a boca. Devora-me a mesa de jantar.  Com o coração encharcado de amor e corpos exaustos, adormecemos ao som do choro dos céus, porque finalmente os guerreiros abaixaram os escudos e abandonaram as armaduras, para enfim, ficarem nus na alma. 

O pó chamado você na casa do meu coração.


   Estava nascendo, crescendo algo por ti, pena que tu impediste tão cedo de se desenvolver, de florescer... E eu nunca fui de insistir numa coisa que eu vejo que não irá dar em nada. E você mesmo confirmou isso pra mim. Eu já tinha imaginado tanta coisa pra gente, tanta felicidade, tanto amor. Isso tudo agora virará pó e esse pó vai me fazer adoecer, irei gripar de amor. Tomarei xaropes de músicas tristes, analgésicos de bebedeiras. Terei febres nas noites de balada e chamarei teu nome quando eu estiver limpando meu estomago. Irei tomar nebulizações de conversas com amigos, depois que meu nariz de tanto chorar, entupir. Quando o sol raiar, minha cabeça irá explodir, terei ressaca de você. Ah, meu bem, quando eu estiver recuperada irei pegar a vassoura do vinho, o espanador da alegria e limparei o pó da minha casa e darei uma festa eterna para nunca esquecer de que um dia eu deixei o pó entrar e sujar toda a minha felicidade.

Familiar.


   Outra noite de insônia. João vai à varanda, o dia está amanhecendo. Ele sente o sol aquecer seu corpo, a brisa leve, um vento frio, batem no seu rosto. E finalmente ele se sente em paz de novo. Essa paz que ele deveria encontrar no lar. Ele reflete e se sente vazio recordando os últimos acontecimentos. Como conviver com personalidades diferentes todos os dias? Porque é fácil demais viver harmoniosamente com pessoas que tem atitudes e ideais como os nossos, mas o que se deve fazer quando tudo é desigual? Como aceitar opiniões e atitudes contrárias a tudo o que a gente é? João está cansado de se sentir solitário ao mesmo tempo em que está rodeado de pessoas. Está cansado de ouvir descriminações e abuso de poder. Está cansado do falso lar. Cansou da incompreensão e da discriminação. É que ele gosta de fazer coisa proibida pra sentir livre, pra poder, de algum modo, nem que seja apenas aquele instante, se sentir ele, ele mesmo, sem amarras e mascaras. Ele quer é voar com as próprias asas, fazer e seguir seu próprio caminho... Mas João já tem essa liberdade, só que ele paga um preço alto por ela: Aborrecimentos diários.  Está cada vez mais difícil achar na sua alma, mesmo que ele busque lá no fundo, um dia em que valeu a pena viver naquele lar, e ele se entristece mais ainda quando lembra que este deveria ser um lugar de apoio, aconchego e amor e dá nele uma vontade desesperadora de ir embora, mas lhe falta coragem porque de alguma forma ele se sente amado de um jeito totalmente torto.  O sol começa a esquentar demais e João volta para dentro e coloca pra tocar uma música de Maria Bethânia, que vai dizendo “Apesar de você amanhã há de ser outro dia” e se sente melhor outra vez.  

Contos.




Ela precisava escrever. Ela precisava escrever para ele hoje. Ela nunca havia mencionado, mas se expressava melhor por escrita porque sentia que na fala sempre deixava algo passar.
Ela sentia que pra ele a estória deles nada havia significado, pois ele não poderia ser dela, mas de qualquer forma, ela nunca havia se sentido tão feliz. Ela não queria viver daquele jeito, não queria sonhar sozinha. Ele queria vê-la e ela tentou evitar, mas quem disse que seus instintos suportaram? Deixou o desejo dominar. A culpa era dos dois. Como esquecer a respiração dele mais forte? Toda aquela vontade de que pertencesse um ao outro, nem que fosse apenas por aquele espaço de tempo. Ela queria tanto, mais tanto, que precisou deixar a alma gritar. Ah, como esquecer as suas mãos deslizando sobre ela, puxando para ele, possuindo-a. Como esquecer todo o caminho que percorreram naquela manhã, caminho longo entre quatro paredes?! Como deixá-lo ir embora, não simplesmente ir embora dali, mas ir embora do seu coração. Ela não queria, não quer isso, mas também não quer o que ele pode lhe dar. É tão pouco, tão curto. Não, raspas e restos não a interessam. Ela estava conformada com o fim da “Mentira Sincera” que nem iria se machucar, mas é ele quem ela quer. Hoje, agora, de qualquer jeito. O sentimento não pode existir. Ele tem medo, apreensão, fidelidade a amada e ela respeita. Enfim, pensa: Mas meu bem, nem tudo que a gente sonha, é sonho. 

Detalhes de uma fotografia estampada numa tarde vazia.


   Pensamentos em estado gasoso. Dispersos. Sinto que carregas um iceberg no peito e eu com uma necessidade imensa de ser singular. É só por instantes. “Retratos estampados do nosso amor, em preto e branco” em cima da mesa. Retrato maldito estampado numa pequena tela. Estampado pra mim apenas. Chega ser mais que distração, é burrice. Não, espere: É um simples detalhe de decoração. E o meu medo é que você estampe também no coração. Palavras da alma travam em minha garganta. A sensação que me traz é de que eu supro um vazio. Retratos estampados são com o propósito de lembrar. Olhamos e lembramos-nos de um tempo bom, algo agradável. Como assim, lembrar? Guardar recordações é não esquecer. Não, você ainda não esqueceu seu amor... E começo a acreditar que realmente existe amor eterno e isso machuca. Parece que vou traçar uma luta que há tempos já está vencida e embora eu tenha lança e armadura não poderei atacar. Só me defender.
   Na leve olhada que dei senti um frio na espinha quando percebi cada detalhe. Transparecia um sentimento e para mim foi o pior do dia. Passei um bom tempo com um nó na garganta e aperto no coração. Evitei ao máximo olhar novamente. Você guardou a lembrança num lugar onde eu nem procurei saber, embora tarde demais. Acho que o meu olhar te disse tudo. Quando é que você vai perceber que são detalhes significantes que me incomodam? Os meus olhos te revelam o que sinto como não revelam a lágrimas secas que escorrem deles? Não posso, não quero, não vou te dizer. A cada lembrança que você não apaga, a cada detalhe que você esquece... Infinitos pensamentos. Infinitas ideias. Infinitas formas de machucar, mas já te amo e algum dia te disse que somos um só. Lembra?
   Corre amor, corre pra ser meu e só meu e livre de detalhes passados... Não deixe que com o passar dos anos eu canse e acorde do sonho e perceba que apenas perdi meu tempo sonhando algo impossível: Seu AMOR por mim. 

Eu, andarilho.


Eu, andarilho.
Que por muitos caminhos percorri...
Que por devaneios procurava, nas ruas e estradas
Ao longe te vi.

Eu, andarilho.
Que me aproximei sem perceber,
Que te falei sem saber
Que te fazias surdo as minhas frases.

Eu, andarilho.
Fiz do meu corpo tela e te dei.
Pincelastes: vermelho amor, amarelo sol, verde flor. 
 Pintou um sorriso em meus olhos. Disfarce da partida.

Eu, andarilho.
Que achei ser raio de trovão, sorriso em multidão.
Que estaquei o arbítrio de te querer
Retraí o coração e segui.

Rimas tristes e sem graça.


Tu me dizes que tem um presente
Um presente lindo pra me dá
 Fico curioso com o que pode ser
Estarias tu a querer me surpreender?

O dia passa com lentidão,
Eu aqui, imaginando um montão
Quase sufocando de tanta emoção.

Chega a hora do agrado
Espere, não era presente.
Era apenas teu sobrado...

Vem correndo...



Vem correndo, depressa!
Que o tamanho dessa espera
É de partir o coração.

Vem correndo, ardendo!
Quero ver nossos corpos fervendo
Tentando abrandar essa inquietação.

Vem correndo, sem medo!
Que o que bate em meu peito:
Coisa que os olhos jamais verão.

Vem correndo, sem demora!
Porque já está chegando à hora
E os desejos se esvairão.

Vem correndo, sem pudor!
Com firmeza, força e sabor.
Vem correndo, meu amor!

Everything to me.


Seja doce.
Quero longos olhares, beijos eternos.
Me pega ao colo, leva-me ao ninho para dormir abraçados.
Seja intenso.
Quero o tremor nas pernas, sem ar para respiração.
Seja simples.
Quero andar de mãos dadas, quero olhar estrelas.
Seja firme.
Quero tapas, gritos de prazer, arrepios no corpo.
Dominação. Domina-me como a um leão:
Corte-me as garras e quebre os dentes afiados.
Seja você.
Amo-te com defeitos, até mesmo, os que ainda vou conhecer.
E sabes por que vê quando olha em meus olhos, sente quando toca em minhas mãos.
Ainda não acredita:
Pergunte ao vento, ele vai sussurrar o que eu vivo dizendo: Amo você, amo você, amo você...

Somente flores.


Você é como as flores.
É primavera agora.
 O coração aperta, maltrata e sufoca.

Quero ir ao cemitério e deixar você lá.
Quero um sepulcro bem bonito com os dizeres:
“Eterno enquanto durou.”

Somente flores. Arrancarei de mim seu perfume e beleza.
Eu irei levar belas flores: Rosas, margaridas e girassóis.
Belas flores eu irei levar: Orquídeas e tulipas.

A cada visita irei deixar um pouco de mim.
Estará a minha procura, o seu pensamento?
A cada visita irei deixar um pouco de você que está em mim.

Todos os dias, a frase terna eu irei dizer:
Eu me pergunto agora, meu amor, se será possível,
Um dia, deixar de amar assim.

Um trecho de amor.


 O seu sorriso iluminou os caminhos mais inóspitos de minha alma.
Você caminhou trazendo um pouco de esperança por lugares que tinha marcas
Que eu nem sabia que existiam.  Você é paz.
 O seu amor incendiou o meu coração gelado.
 Você se fez felicidade e deu-se pra mim.
Tento te mostrar o que sinto através de palavras,
Mas o excesso não cabe no meu falar.
Quero cantar, um canto bonito, nosso canto de amor...
Dizendo que mais feliz não poderia ser, que eu não posso
Ter tudo, mas enquanto eu tiver você me sentirei plena. 

Midnight


É quase meia noite.
Escrever sempre me traz um pouco de você
Vago pela casa com o tédio me fazendo companhia
Sim, estou sentindo tua falta

É quase meia noite.
Suas roupas ainda estão espalhadas pelo chão e eu não quero pegar
Seu cheiro ainda está em meu corpo e eu não quero tirar
Nossa cama ainda está bagunçada e eu não quero arrumar
Sim, eu preciso de você aqui

É quase meia noite
Tem música pela casa, suas cordas estão soltas por aí
Ainda consigo-te ouvir afinando a guitarra
Fá, Lá menor, Ré menor, Dó, Fá, Ré, Do, Do
Sim, ainda tem você aqui

É quase meia noite
Mais algumas horas, você irá chegar para dormir comigo
Envolta em seus braços, coberta de beijos de boa noite e
Com brilho nos olhos irei dizer: Demorastes a chegar.  
Sim, fica pra sempre.

Avulso


Limpo e inocente. Imenso.
Meu sentimento por ti, só por ti.
Super herói. Como um pai, pra mim.
Cristal. Delicado e brilhante. Multicolorido.
Minha admiração por ti.
Me salvavas, de mim.
Olhar. Olhos altivos em ti.
Sentimento transparente, sem reservas.
 Bonito assim.
Ruptura. Partindo o coração.
Seu amor, por mim,
Nunca pensei que fosse tão efêmero assim.

O rosto do meu amor.


Nasce do olhar a esperança de se ouvir palavras gentil. Olhar iluminado que, quando se aperta eu faço força para aspirar à alegria do sorriso. Degusto o teu beijo e sinto, sempre, como se fosse o primeiro. 

Cheiro de saudade.


   Pensamento inoportuno em hora inapropriada. Ainda não consegui tirar você da cabeça. Um abraço apertado, um beijo molhado, um olhar encantado. Uma imaginação em você. Eu preciso é atrofiar você em mim e fazer de ti uma lembrança remota. Como proceder? Pergunta sem resposta.
   Despedir-me de você não vai ser simples. Você foi como uma tempestade em minha vida. Veio, destruiu tudo o que existia. Depois de tudo estar limpo, branco, em paz. Vieste e pintaste meu coração como um pintor a tela. Só esquecestes-vos de assinar em baixo, então, a tela nunca poderia ser somente sua. Ah, meu bem, não fazia falta. Eu não queria que você fosse meu, mas, talvez, eu precisasse dos seus braços fortes, das suas mãos quentes... Abraço, beijo, respiração ofegante.
   “É mágica... Na verdade, é mais que isso. É que com a gente é diferente.” Nunca me deixei levar. Hoje, preciso ir, ficarás bem, tenho certeza. Nunca mais ouvira falar de mim. Poderia até dizer que nos encontraremos de novo, mas o que sinto é infinito. Encontrei alguém que quer ser só meu e eu quero (e sou) ser só dele. Adeus. 

É sério amor, me acredites: Alma gêmeas.


Ó só, a gente nasceu um pro outro.
Quando nos mandaram de volta a terra
Procuramos vidas que se entrelaçassem
Porque não iríamos poder viver um sem o outro.

Meu bem ia ser tanta infelicidade... Ia ser de dá dó.
Como viver sem teu sorriso,
sem aquelas dores no peito do sentimento demasiado?!
A minha alma não suportaria ficar longe de ti!

Não poderiam mandar você sem mim...
Te ver partir assim ia ser de cortar o coração!
Mas... Talvez... Não sei.

Sinto que mesmo longe seu amor iria ficar me zelando...
Acordaria novamente com seus pequenos olhos
A me olhar e guardar o meu sono.

Nêgo meu.


Ô nego de raça! Convicto e amigo.
De poucas palavras...  Sorriso encantado.
E eu tenho fascínio por esse sorriso.

Ô nego bonito! Chega dá uma dor.
Braços fortes, mãos precisas, beijo quente.
Quando me ama... Ah! Eu perco o tom.

Ô nego amante! E sabe me valorizar.
E dele sou! Sou só a nêga dele...
Apenas por eu não querer ser a nêga de mais ninguém.

Conversa com o garçom.

   Por favor, garçom, me trás de volta aquele show, aquele canto bonito e amigo.
Aquela vida boêmia de bebedeiras até o amanhecer, 

umas danças em cima da mesa e conversas culturais.
Vai garçom, por favor... Me trás aquelas risadas do nada, aquelas broncas 

e as histórias do meu amigo.
 Aqueles lanches de dois tonhim, as novas pessoas e aqueles erros ocasionais.
Lembro-me do brotar de novos amores, daquele menino que roubou um beijo e correu pro táxi 

e daquela menina que chorou no banco da praça.
Ah garçom, sabe o que é? É que aquilo ali era tudo amor. 

Porque de nada adiantava se a gente não se entregasse... 
Porque amar verdadeiramente é viver numa entrega total. 
E se você me acha muito sentimental, deixe! 
Besta é você que não viveu tantas aventuras e perdeu a chance de ter uma saudade pra chorar.