segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fernando Pessoa


Quando nós poderemos nos encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo... Meu bebê para sentar ao colo! Meu bebê para dar dentadas! Meu Bebê para... (e depois o Bebê é mau e bate-me...) "Corpinho de tentações" te chamei eu; e assim continuarás sendo, mas longe de mim.
 Bebê vem cá; vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boca do Nininho... Vem... Estou tão só, tão só de beijinhos...
 Quem me dera ter a certeza de tu teres a saudades de mim a valer.  Ao menos isso era uma consolação... Açoites é que tu precisas;
Um beijo só durando todo o tempo que ainda o mundo tem que durar, do teu, sempre e muito teu. 

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